sábado, junho 02, 2007

O dia em que nos tornámos sós

Outra vez um arrepio. Deveria estar feliz mas parecia-lhe impossível. “Amo-te”, voltou a ouvir e optou mais uma vez por não responder. Havia um lugar fundo na sua alma que a reprimia. “Devo estar doente”.

Sentiu que tinha uma necessidade: era como se o canto fosse um íman. Teve que se aninhar envolta em pensamentos. Ouviu-o chegar. A chave rodou. Os seus passos tomaram conta da casa. “Ele tomou conta de mim”.

“Somos só nós, deitados nas nossas próprias sombras” disse ela. “Esses não somos nós!” respondeu ele com brusquidão. “Somos nós na tentativa de minimizar as emoções que nos assaltam.”


Sem comentários: