segunda-feira, setembro 25, 2006

A morte de um deus

A morte de um deus debaixo de chuva faz lembrar pensadores de pensamentos obscuros.
Talvez seja de mim. Talvez seja de ti.
Parece-me que te vejo debaixo de chuva a pensar - Mortalidade.
Cabisbaixo. Soturno.
Pousas a cabeça suavemente entre os joelhos e eu imagino a tua face.
Imagino a desavença que existe entre o coração e cabeça
e por detrás de cortinas escuras ouço o pensar distante.
Solidária. Obtusa. Soturna.
Ocupo pensamentos.

1 comentário:

espírito disse...

" Não, tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal

Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser, que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti"

O'Neill, Alexandre in "Um Adeus Português"